“Filme
para criança, estou crescido demais para assistir filme de
robozinho!”, era a fala de um pré-adolescente, meio rebelde,
querendo afirmar que era “quase adulto”. Eu tinha uns treze anos,
na verdade, da maturidade eu tinha quase nada e perdi uma grande
oportunidade de amadurecer, assistindo um belo filme infantil.
Wall-e
(2008) é uma animação da Disney e da Pixar. O
filme de 97 minutos
tem
o roteiro
e direção de
Andrew Stanto, O
filme se inicia no ano de 2700, tendo como cenário principal o nosso
planeta, basicamente desabitado. Ele se apresenta como um grande
depósito de lixo, no qual o personagem principal do filme, Wall-e
(Waste
Allocation Load Lifters – Earth –
Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe 'Terra'),
trabalha para compactar e organizar todo esse entulho, sozinho, sendo
que seus
companheiros de profissão já se encontram estragados. Assim, ele e
sua barata de estimação são os únicos habitantes do
planeta Terra que agora só seria destroços e cinza.
Wall-e,
assim como outros robôs, foram enviados para a Terra pela empresa
BNL para executar esse serviço. Enquanto isso, os seres humanos se
protegem de toda a toxidez de nosso planeta na estação espacial
Axiom. O plano era que ficassem somente por cinco anos ali, esperando
a conclusão de tal trabalho para retornarem ao nosso planeta; mas
acabam ficando por aproximadamente 700 anos. Para verificar se a
Terra já está habitável, a empresa envia robôs para lá, sendo um
deles a Eva (Examinadora de Vegetação Alienígena), que se
apaixonará pelo personagem principal.
Percebemos,
ao longo do filme, que os seres humanos que estão a bordo da estação
espacial estão tão acomodados que são incapazes de se levantar
sozinhos, ou de se locomover sem auxílio de aparelhos especiais para
tal. Obesos, gastam seu tempo basicamente comendo, fazendo com que os
robôs executem seus desejos mais banais. Além disso, vivem envoltos
por uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se
tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à sua volta – e
também de se relacionar com as outras pessoas. Seus antepassados
foram incapazes de lutar pelo planeta, deixando-o para trás, cheio
de entulhos, para continuarem suas vidas acomodadas.
Essa
é a história de Wall-e, que hoje,
aos vinte anos, entendo que
não falta muito para tal
enredo
se tornar realidade. O
filme, fala na preguiça de pensar, na dependência do homem as
máquinas, aliás, da forma com o que o ser humano está se
inferiorizando a tecnologia, até fisicamente falando, quanto mais o
intelectual. A
máquina domina o homem e isso é tão previsível, que quase um
século antes do lançamento de Wall-e, em exatamente 1936, Charlie
Chaplin, através de Carlitos, mostrava em “Tempos Modernos”, o
que iria eclodir: O
ser humano, torna-se um robô.
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