O indivíduo na contemporaneidade

É bem verdade que hoje o individuo não produz como antigamente, também é verdade que a relação dele com as pessoas mudaram. Hoje ele encontra um mundo de possibilidades, portas que abriram com a tecnologia e que com o encurtamento dos espaços territoriais pode disseminar seus ideais e projetos mundo a fora, mas em uma sociedade onde a maioria já está empoderada e se acha juíza de valor, as coisas não são mais tão simples. É o que trata uma citação de Goethe, que já em 1824, falava dessa tendência natural dos meios periódicos em criar uma semicultura para impor e organizar os indivíduos. Cultura que se amarrou de uma forma que quem segue diferente ou tenta fugir dos padrões é visto com maus olhos, criticado e tem que lidar com um certo ar de reprovação, provocando um retrocesso no protagonismo do ser pessoal perante os meios, diferente dos séculos passados. 

Também somos convidados diariamente a seguir uma multidão e consumir os desejos que esses periódicos trazem e materializam para nossas vidas, mas como Emerson,1867, traz, o homem sábio não precisa de um jornal para entender como seu semelhante se sente em períodos de crise ou do que ele precisa no dia-a-dia, sua percepção já lhe faz entender seus sentimentos perante o fato e que ele pode ser útil ali, sem precisar de algo lhe informando ou ensinando. Então, qual será a tendência dos próximos anos? Continuaremos seres orgânicos movidos por meios midiáticos que por conta da praticidade seguimos e adotamos seus estilos de vida ou voltaremos a querer entender mais o outro, participar ativamente e invertemos a lógica novamente? Difícil dizer já que o progresso não para e estamos sempre sendo bombardeados por mais e mais novidades que surgem, enquanto isso vamos lidando com indivíduos cada vez mais isolados e solitários que os mesmos meios que lhe permitem chegar a territórios antes não conquistados, produzem. 


Comentários