A Velocidade segundo Paul Virilio


Paul Virilio é filósofo, urbanista e teórico cultural. O seu trabalho incide sobre os espaços urbanos e o desenvolvimento da tecnologia em relação à potência e velocidade. Ele é conhecido como dromologia, o termo para explicar sua teoria da velocidade e da tecnologia. Paul Virilio é filho de pai italiano e mãe bretã. Como uma criança pequena na França durante a Segunda Guerra Mundial, Paul Virilio foi profundamente impactado pela blitzkrieg e da guerra total, no entanto, essas primeiras experiências moldaram sua compreensão do movimento e velocidade que seria as estruturas da sociedade moderna. Para fugir dos combates pesados na cidade, fugiu com sua família para o porto de Nantes, em 1939.

Em seu livro Velocidade e Política, Virilio reflete sobre a existência de uma ‘aristocracia da velocidade’, que se constitui para dominar um novo espaço, o não-lugar ou o lugar das viagens, o lugar da velocidade e da aceleração. Investiga-se sobre a guerra e a velocidade, então, os avanços armamentistas e de transportes se dividindo categoricamente em dois tipos de guerra: uma guerra espacial  e uma guerra total. A guerra do tempo não é guerra do espaço-tempo, mas do espaço-velocidade, pois quanto maior a velocidade mais dilatado será o tempo e menor a distância a ser percorrida, sendo assim tendo como exemplo os avanços tecnológicos de armamentos e veículos que passam pelos canhões, blindados, submarinos e caças.


"Velocidade" é a palavra-chave do pensamento de Paul Virilio, o tesouro da pós-modernidade, e a capital da sociedade moderna. A realidade já não é definida pelo tempo e pelo espaço, mas em um mundo virtual em que a tecnologia permite a existência do paradoxo de ser em todos os lugares ao mesmo tempo, estando em lugar nenhum. A perda do local, cidade e nação em favor da globalização implica também a perda de direitos e da democracia, uma vez que estas são contrárias à natureza imediata e instantânea de informações.

A frase mais famosa do autor é: "A invenção do navio foi também a invenção do naufrágio" .

Texto: Clara Studart e Vitória Régia
Fontes:Resenhas e Excertos
Uma incerta antropologia

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